Segundo Zanin & Brugnera (1998) existem várias teorias que tentam explicar a hipersensibilidade dentinária:
1. presença de fibras nervosas intradentinárias que se originam na polpa e atravessam a dentina no interior do túbulo dentinário e se reencontram próximo à superfície externa da raiz. No momento em que a dentina calcificada é exposta, de 10 a 15 mil túbulos por milímetro quadrado são abertos e se tornam vulneráveis a diversos estímulos;2. a excitação de uma fibra nervosa através da sinapse com o odontoblasto;
3. a excitação de uma fibra nervosa livre, dentro da polpa;
4. a teoria mais aceita atualmente é a teoria hidrodinâmica, que propõe que a hipersensibilidade dentinária é devida a um movimento mínimo no interior do túbulo, causando assim uma pressão no odontoblasto e a estimulação das fibras nervosas adjacentes.
Os fatores que regulam a transmissão hidráulica na dentina estão relacionados com o comprimento, o número e o raio dos túbulos. De acordo com a lei de Porsseville, o movimento de fluido é diretamente proporcional ao raio do túbulo, elevado à quarta potência. Assim sendo, pequenas modificações no raio tubular geram grandes modificações no grau de movimento do fluido, estimulando as fibras nervosas e provocando a dor.
Os estímulos responsáveis pela hipersensibilidade dentinária podem ser classificados como mecânicos, térmicos e químicos.
- Estímulos mecânicos
- após raspagem radicular ou cirurgia periodontal;
- escovação dental inadequada;
- certos hábitos bucais;
- forças oclusais não balanceadas
- Estímulos térmicos
- choques súbitos de temperatura.
- Estímulos químicos
Outros fatores podem ser descritos como responsáveis pela exposição dentinária e conseqüente hipersensibilidade: fatores oclusais associados à flexão dental. Pacientes com bruxismo ou oclusão traumática geralmente produzem maiores estresses nos dentes. Estudos clínicos confirmam essa observação e encontram forte relação entre a presença de estresses oclusais e a presença de lesões cervicais. O esmalte e a dentina nas regiões cervicais são atípicos; o esmalte é geralmente fino e predominantemente aprismático, de modo que, sujeito às forças de compressão, pode sofrer microtrincas e desmoronamento devido à flexão dental, o que ocasionaria lesões cervicais (abrasão).
Há, também a predisposição anatômica para a sensibilidade dentinária devido à deficiência ou à a falta total de cemento na junção esmalte-cemento.
Outras vezes, os fatores que ocasionam a hipersensibilidade estão associados. Na confecção de preparos para prótese, o remanescente dental vitalizado sofre a ação dos três estímulos: os mecânicos, os térmicos e os osmóticos (químicos). Principalmente no preparo de coroa total, quando se expõe mais dentina para uma cobertura completa e também para permitir maior espaço para a porcelana. Sabe-se que nesse procedimento é importante a utilização de spray de água e ar nos instrumentos rotatórios em alta ou baixa velocidade para evitar danos pulpares devido ao aumento da temperatura.
Após o preparo de coroa total em um dente vitalizado, a dentina desnuda fica suscetível a estímulos mecânicos, como o jato de ar, e às substâncias químicas e bacterianas presentes na própria saliva, que podem gerar sensibilidade e uma resposta inflamatória. É importante nesta etapa uma proteção provisória adequada.
Dependendo da intensidade do estímulo, a sensação dolorosa pode ser reversível, maior ou menor, instalando-se assim a sensibilidade após preparos protéticos, o que exige do clínico uma rápida ação terapêutica.
LASER CIRURGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Desde os primeiros trabalhos, diversos autores já mostraram a efetividade dos lasers cirúrgicos no selamento dentinário, com conseqüente obliteração dos canalículos dentinários. Watanabe(1987), utilizando um laser cirúrgico de CO2 na dentina, observou através da microscopia eletrônica de varredura, uma depressão de superfície lisa vitrificada, com margens bem delimitadas e uma dentina fundida, concluindo que a estrutura dental se transformou numa superfície vitrificada, mostrando obliteração do canalículos. Melcer(1984 e 1986) demonstrou em seus trabalhos com laser de CO2 que se utilizando estes lasers, em dosagem corretas, não se observam danos pulpares. Powell(1990) publicou em seu achados que o laser de CO2 previne a carie dental, reduz a dissolução ácida e promove uma transformação na hidroxiapatita; o que também foi descrito por Pinheiro&Frame (1989) que descrevem a transformação da hidroxiapatita em Cálcio-Orto-Fosfato-Apatita, que tem um aspecto de "esmalte", sendo chamado de "esmalte branco perolado".
Baseando-se em várias pesquisas, desenvolveram-se técnicas de obliteração dos canalículos dentinários expostos , a fim de promover um selamento, que funciona como um tamponamento, isolando a superficie externa do dente do meio intra dental (polpa); evitando assim, que, prolongamentos de fibroblastos continuem expostos , evitando assim a sensibilidade dental.
LASER NÃO CIRÚRGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Os efeitos benéficos do laser não cirúrgico no tratamento da sensibilidade dentinária já foram descritos por Benedicenti (1982 e 1993), onde o autor descreveu o tratamento de vários casos de hipersensibilidade dentinária de origem traumática após o preparo protético e por retrações gengivais. Imediatamente após a utilização dos lasers não cirúrgicos há uma diminuição da dor. Este efeito analgésico foi comprovado pelo mesmo autor num estudo em humanos, através do método radioimunológico, observando aumento de beta endorfina no líquor céfalo raquidiano depois da irradiação com este laser; mostrando a produção de endorfinas , um mecanismo natural de analgesia. Num segundo momento as propriedades antinflamatórias do laser atuariam, resultando numa reparação pulpar mais eficaz. Em, 1985 D’Ovidio descreve em seu livro sucessos no tratamento da sensibilidade dental. Matsumoto et al, estudando o efeito da aplicação do laser terapêutico , encontraram resultados superiores a 85% de eficácia, utilizando aplicação direta do laser na superfície dental exposta .
No Brasil, em 1988 ,os autores Villa,, Brugnera Junior e Aun publicaram seus achados histológicos após a aplicação de laser He-Ne em polpa de ratos ( in Brugnera et al, 1991) evidenciando neoformação dentinária, e reação inflamatória das polpas tratadas com laser eram de menor intensidade do que as não tratadas com laser. Nos dentes não irradiados com laser, em todos os grupos mostrou-se intenso processo inflamatório, que por vezes evoluíram para necrose. Tais resultados permitiram aos autores concluir que o efeito bioestimulador do laser na polpa dental. é uma realidade. Em um estudo histológico referente a este trabalho, observa-se o perfilamento dos odontoblastos, evidenciando produção de dentina terciária neoformada em grande quantidade, promovendo a obliteração fisiológica dos canalículos dentinários, diminuindo desta forma a sensibilidade dental.
Em 1989, Aun et al, publicaram uma pesquisa sobre "Avaliação clínica de pacientes portadores de hipersensibilidade dentinária, cujos dentes foram tratados com laser de He-Ne". Os resultados obtidos demonstraram uma diminuição de até
98% da dor após a terapia instituída.
A partir da década de 90 houve uma grande evolução no estudo do laser na odontologia, sendo que vários lasers foram desenvolvidos, propiciando uma gama maior de aplicações .Atualmente os lasers não cirúrgicos mais utilizados são os de diodo, podendo ter um comprimento de onda variando de 635 nm a 850 nm, com potências mais elevadas, propiciando um tratamento mais rápido e eficaz.
Aichi-Gakuin et al (1992) mostraram que a irradiação pelo laser 632 nm foi efetiva no alívio da dor de vários problemas dentais. A avaliação foi feita em 131 casos de hipersensibilidade dentinária, sendo que os resultados mostraram: após a primeira aplicação 71% de cura, após a segunda, 79% de cura e após a terceira aplicação 100% de cura, apresentando recidiva em poucos pacientes. Em 120 casos de dor após preparos de inlays, os autores observaram uma melhora de 79% dos casos tratados.
Brugnera Junior et al (1998) relataram seus achados referente a porcentagem de cura de pacientes tratados com " low level laser therapy " ( LLLT) com diagnóstico clinico de hipersensibilidade dentinária. Nesse estudo clinico os autores avaliaram mais de 300 dentes humanos tratados no Centro de Laser da Universidade Camilo Castelo Branco durante os anos de 1995, 1996, 1997. O tratamento foi realizado com 3 diferentes tipos de laser terapêutico, He-Ne (632,8 nm), ArGaAl ( 780 nm e 830 nm), sendo que todos os pacientes receberam 4 joules por dente tratado. Os resultados mostraram que 79,13 % dos pacientes ficaram curados em 3 sessões, obtendo-se um índice de sucesso de 92% após cinco aplicações. Os autores concluíram que a LLLT é um sucesso no tratamento de hipersensibilidade dentinária.
Hoje em dia podemos considerar o laser não cirúrgico como um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos. Este laser pode ser utilizado no tratamento da inflamação, na regeneração tecidual, em analgesias, na neoformação de dentina secundária através de estimulação dos odontoblastos (Brugnera Junior & Pinheiro, 1998) estimulando o mecanismo natural de defesa através da estimulação de macrófagos e granulócitos .
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA:
Segundo Zanin & Brugnera (1998) existem várias teorias que tentam explicar a hipersensibilidade dentinária:
1. presença de fibras nervosas intradentinárias que se originam na polpa e atravessam a dentina no interior do túbulo dentinário e se reencontram próximo à superfície externa da raiz. No momento em que a dentina calcificada é exposta, de 10 a 15 mil túbulos por milímetro quadrado são abertos e se tornam vulneráveis a diversos estímulos;2. a excitação de uma fibra nervosa através da sinapse com o odontoblasto;
3. a excitação de uma fibra nervosa livre, dentro da polpa;
4. a teoria mais aceita atualmente é a teoria hidrodinâmica, que propõe que a hipersensibilidade dentinária é devida a um movimento mínimo no interior do túbulo, causando assim uma pressão no odontoblasto e a estimulação das fibras nervosas adjacentes.
Os fatores que regulam a transmissão hidráulica na dentina estão relacionados com o comprimento, o número e o raio dos túbulos. De acordo com a lei de Porsseville, o movimento de fluido é diretamente proporcional ao raio do túbulo, elevado à quarta potência. Assim sendo, pequenas modificações no raio tubular geram grandes modificações no grau de movimento do fluido, estimulando as fibras nervosas e provocando a dor.
Os estímulos responsáveis pela hipersensibilidade dentinária podem ser classificados como mecânicos, térmicos e químicos.
- Estímulos mecânicos
- após preparos cavitários e protéticos;
- após raspagem radicular ou cirurgia periodontal;
- escovação dental inadequada;
- certos hábitos bucais;
- forças oclusais não balanceadas
- Estímulos térmicos
- diferença térmica dos alimentos;
- choques súbitos de temperatura.
- Estímulos químicos
- alteração do pH: a influência ácida de restos alimentares, açúcares, acúmulo de placa bacteriana e cárie.
Outros fatores podem ser descritos como responsáveis pela exposição dentinária e conseqüente hipersensibilidade: fatores oclusais associados à flexão dental. Pacientes com bruxismo ou oclusão traumática geralmente produzem maiores estresses nos dentes. Estudos clínicos confirmam essa observação e encontram forte relação entre a presença de estresses oclusais e a presença de lesões cervicais. O esmalte e a dentina nas regiões cervicais são atípicos; o esmalte é geralmente fino e predominantemente aprismático, de modo que, sujeito às forças de compressão, pode sofrer microtrincas e desmoronamento devido à flexão dental, o que ocasionaria lesões cervicais (abrasão).
Há, também a predisposição anatômica para a sensibilidade dentinária devido à deficiência ou à a falta total de cemento na junção esmalte-cemento.
Outras vezes, os fatores que ocasionam a hipersensibilidade estão associados. Na confecção de preparos para prótese, o remanescente dental vitalizado sofre a ação dos três estímulos: os mecânicos, os térmicos e os osmóticos (químicos). Principalmente no preparo de coroa total, quando se expõe mais dentina para uma cobertura completa e também para permitir maior espaço para a porcelana. Sabe-se que nesse procedimento é importante a utilização de spray de água e ar nos instrumentos rotatórios em alta ou baixa velocidade para evitar danos pulpares devido ao aumento da temperatura.
Após o preparo de coroa total em um dente vitalizado, a dentina desnuda fica suscetível a estímulos mecânicos, como o jato de ar, e às substâncias químicas e bacterianas presentes na própria saliva, que podem gerar sensibilidade e uma resposta inflamatória. É importante nesta etapa uma proteção provisória adequada.
Dependendo da intensidade do estímulo, a sensação dolorosa pode ser reversível, maior ou menor, instalando-se assim a sensibilidade após preparos protéticos, o que exige do clínico uma rápida ação terapêutica.
LASER CIRURGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Desde os primeiros trabalhos, diversos autores já mostraram a efetividade dos lasers cirúrgicos no selamento dentinário, com conseqüente obliteração dos canalículos dentinários. Watanabe(1987), utilizando um laser cirúrgico de CO2 na dentina, observou através da microscopia eletrônica de varredura, uma depressão de superfície lisa vitrificada, com margens bem delimitadas e uma dentina fundida, concluindo que a estrutura dental se transformou numa superfície vitrificada, mostrando obliteração do canalículos. Melcer(1984 e 1986) demonstrou em seus trabalhos com laser de CO2 que se utilizando estes lasers, em dosagem corretas, não se observam danos pulpares. Powell(1990) publicou em seu achados que o laser de CO2 previne a carie dental, reduz a dissolução ácida e promove uma transformação na hidroxiapatita; o que também foi descrito por Pinheiro&Frame (1989) que descrevem a transformação da hidroxiapatita em Cálcio-Orto-Fosfato-Apatita, que tem um aspecto de "esmalte", sendo chamado de "esmalte branco perolado".
Baseando-se em várias pesquisas, desenvolveram-se técnicas de obliteração dos canalículos dentinários expostos , a fim de promover um selamento, que funciona como um tamponamento, isolando a superficie externa do dente do meio intra dental (polpa); evitando assim, que, prolongamentos de fibroblastos continuem expostos , evitando assim a sensibilidade dental.
LASER NÃO CIRÚRGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Os efeitos benéficos do laser não cirúrgico no tratamento da sensibilidade dentinária já foram descritos por Benedicenti (1982 e 1993), onde o autor descreveu o tratamento de vários casos de hipersensibilidade dentinária de origem traumática após o preparo protético e por retrações gengivais. Imediatamente após a utilização dos lasers não cirúrgicos há uma diminuição da dor. Este efeito analgésico foi comprovado pelo mesmo autor num estudo em humanos, através do método radioimunológico, observando aumento de beta endorfina no líquor céfalo raquidiano depois da irradiação com este laser; mostrando a produção de endorfinas , um mecanismo natural de analgesia. Num segundo momento as propriedades antinflamatórias do laser atuariam, resultando numa reparação pulpar mais eficaz. Em, 1985 D’Ovidio descreve em seu livro sucessos no tratamento da sensibilidade dental. Matsumoto et al, estudando o efeito da aplicação do laser terapêutico , encontraram resultados superiores a 85% de eficácia, utilizando aplicação direta do laser na superfície dental exposta .
No Brasil, em 1988 ,os autores Villa,, Brugnera Junior e Aun publicaram seus achados histológicos após a aplicação de laser He-Ne em polpa de ratos ( in Brugnera et al, 1991) evidenciando neoformação dentinária, e reação inflamatória das polpas tratadas com laser eram de menor intensidade do que as não tratadas com laser. Nos dentes não irradiados com laser, em todos os grupos mostrou-se intenso processo inflamatório, que por vezes evoluíram para necrose. Tais resultados permitiram aos autores concluir que o efeito bioestimulador do laser na polpa dental. é uma realidade. Em um estudo histológico referente a este trabalho, observa-se o perfilamento dos odontoblastos, evidenciando produção de dentina terciária neoformada em grande quantidade, promovendo a obliteração fisiológica dos canalículos dentinários, diminuindo desta forma a sensibilidade dental.
Em 1989, Aun et al, publicaram uma pesquisa sobre "Avaliação clínica de pacientes portadores de hipersensibilidade dentinária, cujos dentes foram tratados com laser de He-Ne". Os resultados obtidos demonstraram uma diminuição de até
98% da dor após a terapia instituída.
A partir da década de 90 houve uma grande evolução no estudo do laser na odontologia, sendo que vários lasers foram desenvolvidos, propiciando uma gama maior de aplicações .Atualmente os lasers não cirúrgicos mais utilizados são os de diodo, podendo ter um comprimento de onda variando de 635 nm a 850 nm, com potências mais elevadas, propiciando um tratamento mais rápido e eficaz.
Aichi-Gakuin et al (1992) mostraram que a irradiação pelo laser 632 nm foi efetiva no alívio da dor de vários problemas dentais. A avaliação foi feita em 131 casos de hipersensibilidade dentinária, sendo que os resultados mostraram: após a primeira aplicação 71% de cura, após a segunda, 79% de cura e após a terceira aplicação 100% de cura, apresentando recidiva em poucos pacientes. Em 120 casos de dor após preparos de inlays, os autores observaram uma melhora de 79% dos casos tratados.
Brugnera Junior et al (1998) relataram seus achados referente a porcentagem de cura de pacientes tratados com " low level laser therapy " ( LLLT) com diagnóstico clinico de hipersensibilidade dentinária. Nesse estudo clinico os autores avaliaram mais de 300 dentes humanos tratados no Centro de Laser da Universidade Camilo Castelo Branco durante os anos de 1995, 1996, 1997. O tratamento foi realizado com 3 diferentes tipos de laser terapêutico, He-Ne (632,8 nm), ArGaAl ( 780 nm e 830 nm), sendo que todos os pacientes receberam 4 joules por dente tratado. Os resultados mostraram que 79,13 % dos pacientes ficaram curados em 3 sessões, obtendo-se um índice de sucesso de 92% após cinco aplicações. Os autores concluíram que a LLLT é um sucesso no tratamento de hipersensibilidade dentinária.
Hoje em dia podemos considerar o laser não cirúrgico como um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos. Este laser pode ser utilizado no tratamento da inflamação, na regeneração tecidual, em analgesias, na neoformação de dentina secundária através de estimulação dos odontoblastos (Brugnera Junior & Pinheiro, 1998) estimulando o mecanismo natural de defesa através da estimulação de macrófagos e granulócitos .
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA:
Segundo Zanin & Brugnera (1998) existem várias teorias que tentam explicar a hipersensibilidade dentinária:
1. presença de fibras nervosas intradentinárias que se originam na polpa e atravessam a dentina no interior do túbulo dentinário e se reencontram próximo à superfície externa da raiz. No momento em que a dentina calcificada é exposta, de 10 a 15 mil túbulos por milímetro quadrado são abertos e se tornam vulneráveis a diversos estímulos;2. a excitação de uma fibra nervosa através da sinapse com o odontoblasto;
3. a excitação de uma fibra nervosa livre, dentro da polpa;
4. a teoria mais aceita atualmente é a teoria hidrodinâmica, que propõe que a hipersensibilidade dentinária é devida a um movimento mínimo no interior do túbulo, causando assim uma pressão no odontoblasto e a estimulação das fibras nervosas adjacentes.
Os fatores que regulam a transmissão hidráulica na dentina estão relacionados com o comprimento, o número e o raio dos túbulos. De acordo com a lei de Porsseville, o movimento de fluido é diretamente proporcional ao raio do túbulo, elevado à quarta potência. Assim sendo, pequenas modificações no raio tubular geram grandes modificações no grau de movimento do fluido, estimulando as fibras nervosas e provocando a dor.
Os estímulos responsáveis pela hipersensibilidade dentinária podem ser classificados como mecânicos, térmicos e químicos.
- Estímulos mecânicos
- após preparos cavitários e protéticos;
- após raspagem radicular ou cirurgia periodontal;
- escovação dental inadequada;
- certos hábitos bucais;
- forças oclusais não balanceadas
- Estímulos térmicos
- diferença térmica dos alimentos;
- choques súbitos de temperatura.
- Estímulos químicos
- alteração do pH: a influência ácida de restos alimentares, açúcares, acúmulo de placa bacteriana e cárie.
Outros fatores podem ser descritos como responsáveis pela exposição dentinária e conseqüente hipersensibilidade: fatores oclusais associados à flexão dental. Pacientes com bruxismo ou oclusão traumática geralmente produzem maiores estresses nos dentes. Estudos clínicos confirmam essa observação e encontram forte relação entre a presença de estresses oclusais e a presença de lesões cervicais. O esmalte e a dentina nas regiões cervicais são atípicos; o esmalte é geralmente fino e predominantemente aprismático, de modo que, sujeito às forças de compressão, pode sofrer microtrincas e desmoronamento devido à flexão dental, o que ocasionaria lesões cervicais (abrasão).
Há, também a predisposição anatômica para a sensibilidade dentinária devido à deficiência ou à a falta total de cemento na junção esmalte-cemento.
Outras vezes, os fatores que ocasionam a hipersensibilidade estão associados. Na confecção de preparos para prótese, o remanescente dental vitalizado sofre a ação dos três estímulos: os mecânicos, os térmicos e os osmóticos (químicos). Principalmente no preparo de coroa total, quando se expõe mais dentina para uma cobertura completa e também para permitir maior espaço para a porcelana. Sabe-se que nesse procedimento é importante a utilização de spray de água e ar nos instrumentos rotatórios em alta ou baixa velocidade para evitar danos pulpares devido ao aumento da temperatura.
Após o preparo de coroa total em um dente vitalizado, a dentina desnuda fica suscetível a estímulos mecânicos, como o jato de ar, e às substâncias químicas e bacterianas presentes na própria saliva, que podem gerar sensibilidade e uma resposta inflamatória. É importante nesta etapa uma proteção provisória adequada.
Dependendo da intensidade do estímulo, a sensação dolorosa pode ser reversível, maior ou menor, instalando-se assim a sensibilidade após preparos protéticos, o que exige do clínico uma rápida ação terapêutica.
LASER CIRURGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Desde os primeiros trabalhos, diversos autores já mostraram a efetividade dos lasers cirúrgicos no selamento dentinário, com conseqüente obliteração dos canalículos dentinários. Watanabe(1987), utilizando um laser cirúrgico de CO2 na dentina, observou através da microscopia eletrônica de varredura, uma depressão de superfície lisa vitrificada, com margens bem delimitadas e uma dentina fundida, concluindo que a estrutura dental se transformou numa superfície vitrificada, mostrando obliteração do canalículos. Melcer(1984 e 1986) demonstrou em seus trabalhos com laser de CO2 que se utilizando estes lasers, em dosagem corretas, não se observam danos pulpares. Powell(1990) publicou em seu achados que o laser de CO2 previne a carie dental, reduz a dissolução ácida e promove uma transformação na hidroxiapatita; o que também foi descrito por Pinheiro&Frame (1989) que descrevem a transformação da hidroxiapatita em Cálcio-Orto-Fosfato-Apatita, que tem um aspecto de "esmalte", sendo chamado de "esmalte branco perolado".
Baseando-se em várias pesquisas, desenvolveram-se técnicas de obliteração dos canalículos dentinários expostos , a fim de promover um selamento, que funciona como um tamponamento, isolando a superficie externa do dente do meio intra dental (polpa); evitando assim, que, prolongamentos de fibroblastos continuem expostos , evitando assim a sensibilidade dental.
LASER NÃO CIRÚRGICO NO TRATAMENTO DA HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Os efeitos benéficos do laser não cirúrgico no tratamento da sensibilidade dentinária já foram descritos por Benedicenti (1982 e 1993), onde o autor descreveu o tratamento de vários casos de hipersensibilidade dentinária de origem traumática após o preparo protético e por retrações gengivais. Imediatamente após a utilização dos lasers não cirúrgicos há uma diminuição da dor. Este efeito analgésico foi comprovado pelo mesmo autor num estudo em humanos, através do método radioimunológico, observando aumento de beta endorfina no líquor céfalo raquidiano depois da irradiação com este laser; mostrando a produção de endorfinas , um mecanismo natural de analgesia. Num segundo momento as propriedades antinflamatórias do laser atuariam, resultando numa reparação pulpar mais eficaz. Em, 1985 D’Ovidio descreve em seu livro sucessos no tratamento da sensibilidade dental. Matsumoto et al, estudando o efeito da aplicação do laser terapêutico , encontraram resultados superiores a 85% de eficácia, utilizando aplicação direta do laser na superfície dental exposta .
No Brasil, em 1988 ,os autores Villa,, Brugnera Junior e Aun publicaram seus achados histológicos após a aplicação de laser He-Ne em polpa de ratos ( in Brugnera et al, 1991) evidenciando neoformação dentinária, e reação inflamatória das polpas tratadas com laser eram de menor intensidade do que as não tratadas com laser. Nos dentes não irradiados com laser, em todos os grupos mostrou-se intenso processo inflamatório, que por vezes evoluíram para necrose. Tais resultados permitiram aos autores concluir que o efeito bioestimulador do laser na polpa dental. é uma realidade. Em um estudo histológico referente a este trabalho, observa-se o perfilamento dos odontoblastos, evidenciando produção de dentina terciária neoformada em grande quantidade, promovendo a obliteração fisiológica dos canalículos dentinários, diminuindo desta forma a sensibilidade dental.
Em 1989, Aun et al, publicaram uma pesquisa sobre "Avaliação clínica de pacientes portadores de hipersensibilidade dentinária, cujos dentes foram tratados com laser de He-Ne". Os resultados obtidos demonstraram uma diminuição de até
98% da dor após a terapia instituída.
A partir da década de 90 houve uma grande evolução no estudo do laser na odontologia, sendo que vários lasers foram desenvolvidos, propiciando uma gama maior de aplicações .Atualmente os lasers não cirúrgicos mais utilizados são os de diodo, podendo ter um comprimento de onda variando de 635 nm a 850 nm, com potências mais elevadas, propiciando um tratamento mais rápido e eficaz.
Aichi-Gakuin et al (1992) mostraram que a irradiação pelo laser 632 nm foi efetiva no alívio da dor de vários problemas dentais. A avaliação foi feita em 131 casos de hipersensibilidade dentinária, sendo que os resultados mostraram: após a primeira aplicação 71% de cura, após a segunda, 79% de cura e após a terceira aplicação 100% de cura, apresentando recidiva em poucos pacientes. Em 120 casos de dor após preparos de inlays, os autores observaram uma melhora de 79% dos casos tratados.
Brugnera Junior et al (1998) relataram seus achados referente a porcentagem de cura de pacientes tratados com " low level laser therapy " ( LLLT) com diagnóstico clinico de hipersensibilidade dentinária. Nesse estudo clinico os autores avaliaram mais de 300 dentes humanos tratados no Centro de Laser da Universidade Camilo Castelo Branco durante os anos de 1995, 1996, 1997. O tratamento foi realizado com 3 diferentes tipos de laser terapêutico, He-Ne (632,8 nm), ArGaAl ( 780 nm e 830 nm), sendo que todos os pacientes receberam 4 joules por dente tratado. Os resultados mostraram que 79,13 % dos pacientes ficaram curados em 3 sessões, obtendo-se um índice de sucesso de 92% após cinco aplicações. Os autores concluíram que a LLLT é um sucesso no tratamento de hipersensibilidade dentinária.
Hoje em dia podemos considerar o laser não cirúrgico como um auxiliar terapêutico indispensável aos consultórios odontológicos. Este laser pode ser utilizado no tratamento da inflamação, na regeneração tecidual, em analgesias, na neoformação de dentina secundária através de estimulação dos odontoblastos (Brugnera Junior & Pinheiro, 1998) estimulando o mecanismo natural de defesa através da estimulação de macrófagos e granulócitos .
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